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A indústria se rende à impressão 3D

Desde peças de avião até sapatos, passando por automóveis, agora tudo pode ser impresso. É uma revolução que terá efeitos sobre toda a cadeia industrial, desde a concepção até o pós-venda

Será que com o tempo a impressão 3D condenará as fábricas gigantes e suas intermináveis cadeias produtivas? Os executivos da Local Motors têm certeza disso. Essa nova montadora de automóveis americana de fato tem apostado sua expansão em uma série de micro-fábricas com menos de 4 mil m2 instaladas o mais perto possível dos consumidores.

Em setembro de 2014, a Local Motors causou sensação ao imprimir em pleno

Salão da Indústria de Chicago um protótipo de carro batizado de Strati, em uma operação que durou 44 horas. Um carro similar na indústria tradicional é composto por 20 mil peças diferentes.

"Para o Strati, a impressora fabricou em uma única peça o corpo do carro, que integra chassi e carroceria. Em seguida adicionamos manualmente 48 elementos como o motor, o volante e os pneus", explica Damien Declercq, vice-presidente executivo da Local Motors.

A montadora, que afirma ter melhorado ainda mais seus processos de fabricação desde os testes do Strati, comercializará seus primeiros veículos de série a partir desse verão.

O exemplo do Strati e de seu modelo industrial baseado na impressão 3D provavelmente será motivo de debates e reflexões nos 2.422 eventos previstos esta semana em toda a França sobre o tema da indústria do futuro, como parte da 6ª edição da Semana da Indústria, organizada pelo Ministério da Economia.

A impressão em 3D também estará onipresente na CeBIT, a maior feira mundial dedicada às novas tecnologias, que acontecerá simultaneamente em Hannover (Alemanha), e onde são esperadas mais de 200 mil pessoas.

A ideia de que a impressão 3D revolucionará setores inteiros da indústria vem ganhando força. Em 2013, Barack Obama já havia afirmado que o domínio dessa tecnologia seria estratégico, e que ela permitiria que os Estados Unidos se reindustrializassem.

"Essa técnica de fabricação não necessita de ferramentas. A matéria é moldada por um feixe de laser ou de elétrons comandado digitalmente. Basta ter material e um projeto. O processo de fabricação é super-flexível, e a máquina pode ser instalada em qualquer lugar", justifica Jean-Camille Uring, membro do diretório da fabricante de máquinas industriais 3D.

As vantagens dessa tecnologia, entre outras, são a fabricação de uma só vez de peças muito complexas, uma personalização do objeto e um consumo reduzido de matérias-primas.

"Na manufatura tradicional, são necessários 100 kg de matéria-prima para fabricar uma peça de 15kg, enquanto a fabricação aditiva só requer 15kg!", diz Jean-Camille Uring.

Imbatível em material de manutenção

No entanto, essa tecnologia, que surgiu há mais de 30 anos, por muito tempo permaneceu à sombra, restrita a alguns poucos setores industriais onde ela ainda é chamada de "fabricação aditiva".

Seu princípio consiste na fabricação de um objeto aplicando-se um material camada por camada graças a um sistema de deposição similar ao jato de tinta de uma impressora tradicional. Durante mais de 20 anos, a fabricação aditiva foi utilizada sobretudo para conceber protótipos grosseiros em plástico destinados a validar um conceito ou uma forma.

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